“Chamou de venezuelano morto de fome”: Navarro explica discussão com Bobadilla, do São Paulo

Volante paraguaio vai comparecer à DRADE (Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva) na quarta-feira, porque ele deixou o Morumbis antes de a polícia procurá-lo

O venezuelano Navarro, do Talleres, registrou uma denúncia contra o volante Damián Bobadilla, do São Paulo, por xenofobia. Depois da vitória do Tricolor por 2 a 1 no Morumbis, o jogador foi aos microfones e detalhou como foi a discussão com o atleta paraguaio.

– É realmente lamentável falar deste tipo de coisa, mas quando eles fazem o 2 a 1, Luciano estava dando praticamente uma volta no campo e eu disse ao árbitro que se apresasse, que necessitamos jogar. O Bobadilla me disse: “Vocês sempre fazem tempo (cera)”. E eu disse: “Que tempo, vocês estão ganhando?”. Aí ele me chamou de venezuelano morto de fome. E fiz a denúncia – disse.

O jogador do time argentino ameaçou deixar o campo. Ele chorou muito no gramado, mas foi convencido a jogar os minutos finais.

– Eu quis sair de campo, mas lamentavelmente não tínhamos mais substituições, pelo trabalho dos meus companheiros eu não quis sair e deixá-los com um a menos, mas minha cabeça não estava mais no jogo.

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Bobadilla deixou o Morumbis antes de prestar depoimento. A Polícia Militar chegou a ir ao vestiário do Tricolor para que o jogador fosse levado ao Jecrim (Juizado Especial Criminal) do estádio, mas não encontrou o paraguaio. O venezuelano quer uma punição ao jogador do São Paulo.

– (Espero) Que se faça Justiça, não se pode mais passar isso. No ano passado viemos e dois jogadores nossos tiveram problemas com a Polícia, e fazem um escândalo quando a uma equipe brasileira fazem esse tipo de insulto. E agora se passou comigo, é lamentável falar disso, o que se deve falar depois do jogo é sobre jogo, não sobre racismo.

Segundo Navarro, o também venezuelano Ferraresi foi solidário à sua revolta ainda em campo.

– Falei algo a ele (Ferraresi), de como me sentia, contei a ele, me senti mal, me sinto mal. Prefiro guardar, são coisas privadas, mas ele esteve ao meu lado, o equatoriano Arboleda também se colocou do meu lado, sabia o que ele tinha dito. Estiveram todos do meu lado.

De acordo com a Polícia Militar, o São Paulo informou que Bobadilla, se necessário, vai comparecer à DRADE (Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva) nesta quarta-feira para prestar depoimento por ter sido acusado de xenofobia durante a vitória do Tricolor sobre o Talleres, pela Conmebol Libertadores.

Antes da entrevista, Navarro já havia falado do caso em suas redes sociais:

– Quisera eu poder ter nas minhas mãos a solução para a fome que vive meu país, espero que Deus me dê abundância para poder ajudar. Não creio que se possa fazer muito sobre a pobreza mental.

– Nunca me envergonharei das minhas raízes, irei até as últimas consequências frente ao ato de xenofobia que vivi hoje no Brasil pelas mãos de Damián Bobadilla. No futebol não há espaço para discursos de ódio.

Fonte: Globo Esporte

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