Pressionado pelo elevado número de atletas no departamento médico ao longo de 2025, o São Paulo prepara uma reestruturação profunda em sua área de saúde e desempenho. A direção tricolor pretende iniciar 2026 com um novo modelo de atendimento clínico e tecnológico, na tentativa de retomar o protagonismo histórico do clube na prevenção e recuperação de lesões.
O plano central dessa virada é o Ambulatório de Medicina Regenerativa e Reparativa, já em fase de licenciamento junto à Prefeitura e previsto para ser inaugurado até 15 de janeiro. A estrutura será comandada pelo médico ortopedista e traumatologista Lucas Leite Ribeiro.
Parceria científica e tecnológica promete inovar no São Paulo
O ambulatório nasce de uma cooperação entre o São Paulo, a Escola Paulista de Medicina (Unifesp) e quatro empresas especializadas no setor de saúde e inovação. A iniciativa abrange desde pesquisa clínica até a criação de protocolos modernos voltados à prevenção de lesões, aceleração de retornos e aprimoramento do desempenho. O atendimento abrangerá atletas do elenco profissional, das categorias de base e do time feminino.
O projeto não terá custos diretos ao clube. O investimento total, estimado em R$ 21 milhões ao longo de três anos (R$ 7 milhões anuais) e estará sendo coberto pelos parceiros. Incluindo construção da estrutura, contratação de profissionais, equipamentos e insumos sob demanda. As empresas DMC, Biodevice e EPO Regen atuarão no desenvolvimento e fornecimento de tecnologia, enquanto a Le Care apoiará a obra e a obtenção dos alvarás.
Segundo Lucas Leite Ribeiro, o foco é reduzir o volume de lesões consideradas evitáveis, especialmente as de desgaste e sobrecarga, cada vez mais comuns em um calendário nacional marcado por viagens extensas, diferentes tipos de gramado e jogos consecutivos.
“Não há como zerar lesões no futebol. Vão seguir chegando lesões traumáticas, por exemplo. Oscar toma uma joelhada e quebra três vértebras, lesões de ligamento… Esses traumas acontecem. Agora, lesão por desgaste e Overuse (uso excessivo), nós podemos minimizar. O futebol brasileiro tem muitos jogos, em gramados diferentes, em campos sintéticos. Temos que tentar minimizar as lesões musculares, disse o médico.

Departamento médico sobrecarregado em 2025
Ao longo da temporada, 70% do elenco profissional já precisou passar pelo departamento médico em algum momento. Número que afetou a regularidade da equipe de Hernán Crespo e contribuiu para a oscilação do desempenho em campo.
Atualmente, o São Paulo tem uma longa lista de atletas em recuperação. Afinal, Marcos Antônio, Rodriguinho, Luan, Wendell, Leandro, Dinneno, Calleri, André Silva, Ryan Francisco, Lucas Moura e Arboleda estão todos entregues ao departamento médico.
Além disso, Oscar, que recentemente tratava um problema na panturrilha esquerda, está afastado por motivos cardiológicos. O meia acabou sendo internado por síndrome vasovagal no Hospital Albert Einstein, mas recebeu alta no último domingo.