Enzo Díaz detalha disputa com Wendell e elege maior desafio do São Paulo no ano: “Elenco curto”

Argentino de 29 anos assumiu condição de titular na equipe de Luis Zubeldía e vem sendo fundamental na temporada; lateral-esquerdo mira equilíbrio entre Libertadores e Brasileiro

Contratado no início da atual temporada, Enzo Díaz está cada vez mais adaptado ao time do São Paulo. Após fazer carreira no futebol argentino, o lateral-esquerdo de 29 anos saiu à frente de Wendell e assumiu a condição de titular na equipe, sendo reconhecido pela raça e pela importância dentro do elenco.

Enzo esteve em campo nos últimos 22 jogos do Tricolor, e já são quatro seguidos sem interrupções. O calendário do futebol brasileiro é diferente do país “hermano” pela quantidade de partidas e pouco espaço para recuperação. Isso foi uma dificuldade encontrada por ele, já superada com ajuda de companheiros e até adversários.

– A verdade é que já sabia um pouco, porque no River eu falei com o Fabricio Bustos, do Inter, conversamos, e ele me contou um pouco da experiência aqui, como eram as partidas aqui, os campeonatos… Tratei de incorporar isso em minha mente para aproveitar todo o recurso para recuperar e estar pronto para todos os jogos. Temos de estar preparados. Como equipe, temos que ganhar todos os jogos. Tentamos fazer isso. E necessitamos de todos para poder ganhar – disse o argentino, que prosseguiu:

– Tem diferença. Na Argentina, o jogo é mais pegado. Aqui temos intensidade, muito jogo com a bola. Aqui tem muitos jogos, requer muita recuperação em pouco tempo. Então, isso muda muito na hora de jogar cada jogo. Mas, é como disse, tratei de incorporar tudo o que me falaram, como me aconselharam, para jogar da melhor maneira.

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O São Paulo já está classificado para as oitavas de final da Conmebol Libertadores com uma das melhores campanhas do torneio, e também avançou na Copa do Brasil. No Campeonato Brasileiro, porém, amarga a 13ª colocação na tabela com 12 pontos, somando duas vitórias, seis empates e duas derrotas.

– Como instituição, temos de brigar por tudo. Estamos indo melhor na Libertadores que no Brasileiro, mas é futebol… Quem vai dizer que não podemos ter duas vitórias seguidas no Brasileiro? É futebol. Tivemos muitas baixas também, tem muitas mudanças… Todo tempo estamos reordenando o time, jogadores que sofrem lesões. Nunca terminamos completos uma partida. Vamos nos adaptando a isso. A Libertadores é um torneio muito especial para o São Paulo. Significa muito – frisou Enzo.

– Temos uma ambição muito grande. Graças a Deus tivemos uma boa pontuação. Trataremos de cuidar da mesma maneira o Brasileiro. Não estamos tendo os mesmos resultados, mas vamos seguir pelo mesmo caminho, porque nos dá menos margem de erro. Trabalhar, estar unido, seguir melhorando coisas. Tivemos muitas chances de gol, aí depois sofremos um gol… São detalhes que temos de minimizar para chegar ao que todos queremos. Temos que ser fortes em casa, com nosso torcedor. Com todo o apoio que conseguimos. Temos de levar ao grupo para conseguir a vitória e seguir nessa linha. Estamos próximos. Não está longe. Vamos tratar de melhorar para conseguir.

Em entrevista exclusiva ao ge, Enzo Díaz também falou sobre música, comida, os amigos no dia a dia no CT da Barra Funda e o futuro tricolor com jovens jogadores. Veja, abaixo, a entrevista completa:

ge: Como está sendo sua adaptação? Antes de vir ao São Paulo, só havia jogado na Argentina, a torcida ainda não te conhecia…

– Vir a um clube com tanta história como o São Paulo requer muita concentração, mas tive uma adaptação muito rápida. A confiança dos meus companheiros, das pessoas do clube e dos torcedores também me serviram muito. Graças a Deus hoje posso me desenvolver cada vez melhor, partida a partida, aprendendo coisas, melhorando outras também.. Contente por isso, como me receberam. Agora é tratar de sempre devolver de alguma maneira o carinho que eles me brindam dentro de campo.

ge: Aqui são muitas partidas, muitos jogos. Três torneios ao mesmo tempo. Você sente que é difícil para todos manter o nível dos três?

– Creio que é igual para todos. talvez um plantel de outro time seja maior, de outro mais curto, alguns com mais jogadores… Isso é indiferente. A verdade é que todos os jogos são muito difíceis. Tem um jogo com chuva, depois viajar, jogar Libertadores. É uma carga que todos vão sentindo. Lamentavelmente temos um plantel muito curto, temos de recuperar bem para estarmos prontos no outro jogo. Nós trabalharemos para estar da melhor maneira em todos os torneios. À Libertadores e ao Brasileirão damos a mesma importância.

ge: Desde que você chegou, com quem conversa mais? Quem te ajuda mais nesse processo de entender tudo?

– Graças a Deus me dei bem com meus companheiros. Temos um grupo muito unido, que me ajuda bastante. Com alguns tenho mais afinidade. Neste momento, com Alan Franco, Calleri, Ferraresi, Bobadilla, mas todos são muito unidos, todos nos damos bem, estamos nos ajudando. É muito bom. Como te digo, trato de aprender e melhorar no dia a dia. E esses com mais experiências podem facilitar as coisas.

ge: O fato de o Luis Zubeldía ser argentino e ter o mesmo idioma que você nesse momento te ajuda? Na adaptação e tudo mais?

– A comunicação é fundamental e creio que me ajudou um pouco, por ele ser argentino também. Facilitou um pouco as coisas. Mas aqui tento aprender o que me pedem, com o técnico argentino ou de outra nacionalidade. Vim fazer o melhor de mim.

ge: E como é o Zubeldía no dia a dia? Ele te pede para trabalhar em outras funções, também?

– Zubeldía nos exige muito. Ele gosta de intensidade. Cada um trata de jogar onde ele pede. Neste momento, estou jogando na minha posição. Talvez, se em outro momento me colocar em outras posição, terei que fazer da melhor maneira. Trabalhamos para isso. Estarmos preparados para quando precisarmos corresponder. Temos um grupo muito curto, muitos jogadores lesionados, por isso necessitamos de todos. Dos mais novos aos maiores, vão ter a oportunidade de jogar uma partida e dar ao grupo o melhor de cada um. Estamos preparados. Todos os dias com muito esforço, muita qualidade. Todos iguais. Quem joga, quem não joga. Estamos unindo o grupo.

ge: Seu concorrente é o Wendell. Um jogador de seleção brasileira, chegou ao clube com muito status. É um jogador com muita expectativa da torcida. Como é sua relação com ele?

– Wendell é uma pessoa muito preciosa. Temos uma disputa muito saudável. Eu exijo a ele, ele exige a mim. O futebol tem essa disputa saudável. Tratamos um de puxar o outro, apoiar para que se sinta cômodo. Somos muito unidos, nos damos bem. Ele vive no mesmo bairro que eu (risos). Muito contente. A relação é muito boa. E que jogue quem tiver que jogar. Tentamos ajudar um a outro para quem jogar fazer o melhor.

ge: E como você é no dia a dia?

– Eu sou uma pessoa que brinca. Gosto de ser divertido, sou muito divertido, intenso. Meus companheiros podem dizer. Sou uma pessoa alegre. Trato de colocar isso no grupo, porque com alegria as coisas saem melhor. O mais divertido? O Ferraresi.

ge: O elenco tem muitos jogadores jovens. Você já tem 29 anos, ainda tem muitos anos pela frente, mas já tem uma grande experiência. Como você ajuda esses jogadores?

– Temos jogadores muito jovens, que estrearam esse ano, como o Lucca. Entrou e fez o gol. São jogadores que têm uma projeção, um futuro enorme, tentamos ajuda-los fora do time, com convivência, com a responsabilidade, para que isso possa ficar neles. É fundamental. Depois, no campo de jogo, eles jogam. Eles são muito bons e nos ajudam muito. Tratamos de cuidar, não dar responsabilidades porque são muito novos e têm de se divertir. Tratamos de dar a tranquilidade necessária para que joguem sem uma pressão que não corresponde a eles. Nos ajudam muito, porque têm uma qualidade enorme. Devemos dar essa tranquilidade para que fiquem livres no campo de jogo.

ge: Agora tem o jogo contra o Talleres e você jogou lá. Como vai ser reencontrar o time?

– A verdade é que vamos enfrentar um grande time. Tenho grandes amigos, gente conhecida, passei muito tempo lá. Tenho um carinho muito grande, especial e sempre vou encontrar gente que me fez bem, com quem passei muito tempo. Vou aproveitar todos os momentos com cada pessoa para poder conversar um pouco.

ge: Você está gostando do Brasil? O que você já conhece? Que comida mais gostou?

– São muitos jogos. Creio que não tive muito tempo livre para sair e conhecer. Como digo, trato de descansar. Sou uma pessoa que não sai de casa. Se não me chamam, não saio. E esse tempo que tenho uso para recuperar e estar o mais pronto possível para quando necessitem. Quando tiver mais tempo livre, vou conhecer. Sempre como frango (risos). Frango e carne, frango e carne (risos). Não tem outra coisa, só frango e carne (risos). A verdade é que a comida é muito boa, mas trato de comer sempre o que mais conheço. Massa, frango e carne.

ge: Churrasco brasileiro ou parrilla? O que é melhor?

– Não, não, não… Churrasco, como chamam aqui, não pode competir. Isso está claro (risos).

ge: E qual é o seu estilo de música?

– Eu sou muito especial com a música. Gosto de folclore (gênero musical). A música do Brasil.. Estou entendendo ainda. Gosto da cumbia. Não posso dizer um cantor daqui que eu gosto. Bad Bunny, Q’lokura, Los Palmeras… Vocês não conhecem, mas quando conhecerem vão entender (risos).

Fonte: Globo Esporte

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