Rivais nas oitavas da Libertadores se enfrentaram nas semis em 2016; pivô de lance capital na Colômbia, ex-volante lamenta: “Se tivesse VAR naquela época, provavelmente seria pênalti”
O jogo entre Atlético Nacional e São Paulo, que duelam nesta terça-feira pelas oitavas de final da Conmebol Libertadores, às 21h30 (de Brasília), no Atanasio Girardot, em Medellín, tem um gosto amargo para os são-paulinos. Afinal, no último encontro, um pênalti não marcado foi decisivo para a queda na semifinal continental.
Em 2016, ano em que o clube colombiano seria campeão contra o Independiente del Valle, do Equador, o São Paulo enfrentou a equipe em situação inversa à deste ano, com um primeiro jogo no Morumbis e o segundo em Medellín. As derrotas por 2 a 0 e 2 a 1 acabaram eliminando o Tricolor.
Nos dois jogos, porém, houve reclamação do São Paulo. Em casa, Maicon empurrou a cabeça de Miguel Borja no segundo tempo, e o árbitro argentino Mauro Vigliano deu cartão vermelho para o zagueiro. Para muitos, uma expulsão exagerada. Com 10 jogadores em campo e a defesa escancarada, o São Paulo acabou levando dois gols fundamentais para a eliminação.
Mas o pior ainda estava por vir. Em Medellín, o volante Hudson foi derrubado por Bocanegra no fim do primeiro tempo, quando o jogo estava 1 a 1. O São Paulo teria a chance de ir para o intervalo em vantagem, e precisando de apenas um gol para se classificar, mas o chileno Patricio Polic ignorou a falta.
– Eu nunca fui de reclamar de arbitragem, a parte técnica tem que sobressair a qualquer erro. Mas a gente se sentiu muito prejudicado naquela semifinal. Tanto pelo exagero da expulsão do Maicon no Morumbis quanto pelo pênalti não dado em cima de mim. Se a gente fosse com um placar de 2 a 1, íamos botar pressão no Atlético Nacional. Tinha gol fora na Libertadores, se a gente fizesse mais (3 a 1), íamos classificar. É um lance para lamentar que ficou marcado na história – disse Hudson, ao ge.
Em contato com a reportagem, o ex-jogador e atual coordenador de futebol do Criciúma detalhou suas memórias do lance que, até hoje, é lembrado pelos torcedores:
– Esse é um dos poucos lances que marcaram bastante a minha carreira. A gente vinha fazendo um bom jogo, tinha esperança de reverter o placar. Numa combinação de passes, o Michel Bastos foi feliz na quase assistência, eu estava de frente para o gol, ia fazer a finalização, mas senti uma carga nas costas que me desequilibrou, e eu caí. Foi um momento de muita revolta da gente em campo.
– Se tivesse VAR naquela época, muito provavelmente o árbitro do VAR teria visto que houve um empurrão, uma carga excessiva que me atrapalhou na hora do chute. Mas são coisas do futebol. Eu entrei no vestiário socando porta, xingando pra caramba, era um sentimento que a gente foi prejudicado. Seria um pênalti, não era garantia que a gente ia fazer o gol de pênalti nem que a gente ia fazer o terceiro gol depois, mas que com certeza ia nos deixar mais perto de reverter, ia. A gente vinha jogando melhor que o Atlético, seria um baita resultado. Mas faz parte, ficou na história.
Atlético Nacional e São Paulo começam a decisão da semifinal nesta terça-feira e definem quem se classifica para as quartas de final na próxima semana, dia 19, no Morumbis.
Fonte: Globo Esporte