Roberto Natel é acusado de ter vazado informações internas do clube em ação que investiga possível extorsão a membros do Conselho Deliberativo
A juíza Cynthia Torres Cristofaro, da 23ª Vara Criminal do Foro Central de São Paulo, determinou o agendamento de audiência para o dia 20 de maio de 2026, a fim de ouvir testemunhas e debater com as partes o “caso hacker” do São Paulo, no qual o ex-vice-presidente Roberto Natel é réu.
Para relembrar o processo que corre desde 2020: uma apuração da diretoria do São Paulo à época indicou que o Natel seria o suposto responsável por vazar informações internas do clube a “Edward Lorenz”, codinome de um hacker que chantageou conselheiros e dirigentes por e-mails e pedia pagamento de R$ 1 milhão.
Natel negou ter vazado documentos e disse desconfiar que sua rede interna pode ter sido invadida. Sua defesa no processo pediu por sua absolvição sumária, que pode ser determinada em quatro situações:
- Excludente da ilicitude do fato, que é o caso de alguém que age em legítima defesa, por exemplo.
- Existência manifesta de causa excludente da culpabilidade, ou seja, agiu sob coação moral ou obediência hierárquica
- Fato narrado evidentemente não constitui crime, que a ação praticada não tem previsão no Código Penal
- Extinção da punibilidade do agente, os exemplos mais clássicos são a prescrição, anistia ou perdão de quem ofereceu a denúncia.
A juíza do caso entendeu pela inexistência de qualquer um dos requisitos citados acima e determinou o prosseguimento do processo contra Roberto.
A magistrada indicou que a petição inicial do caso descreve suficientemente bem os fatos imputados a Roberto Natel e que não há nenhuma lacuna lógica que permita a extinção do processo antecipadamente sem as próximas fases.
Natel foi candidato à presidência do São Paulo em 2020 contra o atual mandatário Julio Casares. Ele, que foi o candidato da oposição, venceu a disputa interna de seu grupo político contra Marco Aurélio Cunha em uma votação on-line e de forma secreta pelos conselheiros da oposição do clube. Natel teve 60 votos, contra 39 do adversário. Houve ainda uma abstenção.
O réu no processo do “caso hacker” foi vice-presidente do Tricolor na gestão de Carlos Augusto Barros e Silva, o Leco, porém rompeu politicamente com o grupo que fez de Julio Casares seu sucessor eleito.
Fonte: Globo Esporte